Sunday, May 06, 2007

Viagem a Portugal - De 21 de Abril a 2 de Maio-2007 - 1a Parte

Meus amigos,

Como alguns saberão fui uns dias a Portugal. Costumo fazer isso de 2 em 2 anos por esta altura. A minha mãe faz anos e eu aproveito, visito-a e comemoro com ela o aniversário, vejo alguns amigos e mato alguma nostalgia de Lisboa e de Portugal, natural em quem já vive fora do país há 17 anos.
Desta vez fui até ao Porto, segunda cidade do país e grande centro industrial. Já não ia ao Porto há 27 anos. Tinha lá vivido durante cerca de 4 meses durante o serviço militar. Mas não fui só visitar a cidade, coisa que aliás já queria fazer há muito, mas sobretudo para visitar o Francisco Sousa ( o Chico amigo da minha juventude ) e os 3 filhos que eu mal conhecia ( tinha falado com as filhas de vez em quando no MSN, quando elas tinham paciência para aturar o velhote ).
A última vez que tinha visto o Chico tinha sido há exactamente 20 anos num encontro fortuito e por mero acaso numa discoteca de Lisboa, já ele morava nessa altura no Porto. Entretanto fomo-nos perdendo de vista e reencontrando, nunca mais nos vimos mas de vez em quando de anos a anos lá comunicávamos telefónicamente.
Quer ele quer eu tínhamos um certo receio de que passado o encontro inicial não tivéssemos nada a dizer um ao outro. Isso não foi verdade, durante o dia e meio em que lá estive, achámos sempre tempo e assunto para falar de política, música, meninas, família etc.
No primeiro dia depois de termos ido pôr as malas a casa e de ele me ter apresentado as duas filhas, Beatriz e Maria ( que andam respectivamente a estudar em Direito e Arquitectura ) fomos dar uma volta pela cidade com o Chico a servir-me de cicerone da cidade onde mora há 25 anos, ele não é do Porto mas de um pouco mais ao norte.
Ao jantar encontrámo-nos com as filhas ( antes de jantar eu tinha conhecido o filho que é o primogénito e já não vive em casa ) e fomos jantar ao restaurante D. Tonho que pertence a um cantor português muito conhecido ( dos portugueses claro, não dos brasileiros ) já agora fique aqui registado que o cantor se chama Rui Veloso e o site do restaurante é este. Merece a pena perder algum tempo e dar uma vista de olhos, está bastante completo. http://www.dtonho.com/
Quem conhece o Porto sabe que a Ribeira é uma das suas zonas mais típicas. Até há poucos anos atrás completamente degradada está agora recuperada e de cara lavada e é o centro de peregrinação de jovens e um pouco menos jovens todos os dias mas sobretudo ao fim de semana com montes de restaurantes e barezinhos.
Claro que eu não seria eu senão deixasse aqui escrito para a posteridade, que jantei arroz de tamboril e estava excelente, aliás a ementa ( cardápio ) era óptima e o interior do restaurante muito agradável. Não é um local que se possa considerar barato, mas justifica o preço. Eu nem sequer me posso queixar dos preços porque o Chico teve a gentileza de me convidar, eu ainda insisti mas não muito, para não se dar o caso de ele aceitar.
Depois de jantar as meninas foram ter com amigos e os dois idosos foram a um bar ouvir jazz. Infelizmente a programação desse dia era mais roqueira mas para a nossa idade.
No dia seguinte e porque o Chico também é dado às corridinhas, fomos, eu e ele correr pela margem do Rio Douro fora. Foi uma bela corrida, cerca de hora e meia.
Depois viemos até casa e depois das barbas feitas e duches tomados eu fui comer uma francesinha ( não, claro que eu não sou antropófago e não fui deglutir uma cidadã francesa ainda criança ) trata-se de uma especialidade culinária portuense, para quem tiver interesse aqui vai um link muito completo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Francesinha
Cliquem aqui e terão todas as informações necessárias sobre a francesinha. De tarde continuámos as nossas passeatas pela cidade do Porto de que eu tinha um recordação muito vaga e de que gostei muito.
No dia seguinte o Chico teve a gentileza de me levar até à porta da empresa onde eu ia buscar o automóvel que tinha alugado para continuar o resto da viagem.
E pronto, a primeira parte acaba aqui, daqui a algum tempo receberão as outras partes correspondentes às etapas seguintes.

Henrique

Viagem a Portugal - De 21 de Abril a 2 de Maio-2007 - 2a Parte

E vamos continuar. Na segunda-feira de manhã fui buscar o carro que tinha alugado e fiz-me ao caminho até Lisboa. Como não tinha nada marcado nem nenhuma hora para chegar resolvi-me a ir parando pelo caminho para ver algumas coisas de Portugal que eu nunca tinha visto ou que tinha visto pela última vez há muitos anos.
De Lisboa até ao Porto são 300 e poucos Kms, pelo que a viagem se faz bastante bem. A primeira etapa foi até Aveiro onde eu nunca tinha ido na minha vida. Sei que há fora da cidade bastantes coisas bonitas para ver, praias, a ria etc, mas eu limitei-me a ficar pelo centro que é pequenino e convenhamos não tem muito para ver. É engraçado ver aqueles canaizitos no meio da cidade, mas estava à espera de mais, andei por ali uma meia hora, comi e comprei uma especialidade chamada ovos moles que eu já não comia seguramente há mais de 25 anos. Já agora levam também com o respectivo link para se lhes apetecer darem uma olhadela:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ovos_Moles
De Aveiro a próxima etapa foi Coimbra. Tinha passado na minha vida 2 ou 3 vezes de raspão por Coimbra mas nunca tinha tido a possibilidade de lá entrar de andar a passear por aquelas ruas e ruelas. E assim fiz, parei o carrito e por ali andei e gostei. E tive pena de não ter um dia ou dois para lá passar, a cidade merece ser visitada com mais vagar. É uma cidade muito antiga com montes de ruas estreitinhas e que merece a pena visitar com mais calma. Se no resto da minha vida se prestar ocasião hei-de voltar a Coimbra com mais tempo e tranquilidade.
E lá segui viagem até à Nazaré, vila pescatória muito típica. Lembro-me de ter lá ido várias vezes quando era gaiato e de ainda ter visto algumas mulheres vestidas com as típicas 7 saias, hoje já não se vê nada disso claro. E também me lembro de ver também muitas viúvas de pescadores vestidas de preto, até que construíram um porto que veio evitar muitos naufrágios que anualmente aconteciam e que matavam muitos pescadores ali quase à vista de toda a gente, felizmente esses tempos acabaram.
E da Nazaré lá continuei até Óbidos. Tinha lá ido há 2 anos atrás e tinha adorado. Óbidos é uma pequena vila medieval muito bem conservada, com muralha a toda a volta, lá dentro as ruelas sao estreitinhas e claro que não há carros, aliás vê-se aquilo tudo em meia-hora. Mas é muito agradável passear por aquelas ruelas estreitinhas ou num caminhinho ao longo da muralha, sobretudo num dia como aquele de semana e com muito poucos turistas dava para com um pouco de imaginação pensar como teria sido a vida ali durante a Idade Média. Já agora levam também com o respectivo link para ficarem com uma ideia, tem algumas fotos e tal, entretenham-se:
http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93bidos_%28Portugal%29
E pronto, dali até Lisboa foi um pequeno saltinho, aliás nem fui mesmo até Lisboa, fui para Oeiras uma simpática vila que fica na margem do Rio Tejo entre Lisboa e Cascais. Era para ter ficado em casa de um ex-namorado de uma amiga minha mas devido a um imprevisto que ia demorar aqui muito tempo a contar e toda gente sabe que eu não gosto de perder tempo com pormenores ou detalhes, acabei mesmo por ficar em casa dessa minha amiga. Cheguei lá ao fim da tarde e como estávamos os dois com fome fomos comer uma pizza ali pertinho.
Entretanto reparo que quando comecei a escrever este mail tinha planeado contar a minha estadia em Lisboa e até agora só contei a viagem até lá. Ou seja, é uma óptima ocasião para interromper aqui e contar o resto noutro dia.
Fiquemos mesmo por aqui, se tiver tempo e paciência ainda escrevo hoje, senão escrevo amanhã ou depois, mas eu conto-vos tudo

Viagem a Portugal - De 21 de Abril a 2 de Maio-2007 - 3a Parte

Afinal sempre tenho mais um bocado de tempo por isso vou continuar com a estadia em Lisboa ( ou melhor Oeiras ) que acabou por se tornar práticamente numa sucessão de almoços e jantares. Logo no dia seguinte e depois da corridinha, barba feita e duche tomado fui almocar com o Jorge Alberto amigo de longa data, conhecemo-nos desde os meus 15 anos e tornámo-nos amigos desde os meus 17 anos. É um compincha bem disposto e mulherengo com quem me dá sempre muito prazer estar. Depois dei uma passagem pelo lar da terceira idade onde está a minha mãe para a ver. Atendendo a que já tem 81 anos não está mal, não tem dores e ainda me reconhece etc.
Ao jantar encontrei-me com a Paula a amiga em casa de quem estive durante este período e com o Eduardo, um amigo comum e colega dos tempos da faculdade. Fomos a um restaurante nepalês e estava muito bom, aliás as experiências gastronómicas foram quase todas muito boas. Em seguida ao jantar ainda fomos dar meia de cavaco até um bar que fica perto da casa da Paula, ao pé do rio Tejo e que tem como particularidade estar dentro de uma carruagem de combóio ( trem ) desactivada claro.
No dia seguinte, dia 25 de Abril, feriado por ser o 33° aniversário da revolução que pôs fim a 48 anos de ditadura em Portugal e depois da tradicional corridinha, barba e duche fui almoçar com o Jorge Martins, ex-colega da faculdade também, que já não via há um ror de anos, penso que uns 24 ou 25 anos. Tal como aconteceu com o Chico estava um pouco receoso que depois deste tempo todo, pouco tivéssemos para dizer um ao outro. Felizmente isso também não aconteceu, falámos, falámos, interrompemo-nos um ao outro, falámos do passado e também do presente, e tanto ele como eu verificámos com alívio que concordávamos ambos em coisas que para ambos eram importantes. Depois do almoço e antes do jantar ainda me fui encontrar com a Maria Manuela e o marido. Não nos conhecíamos pessoalmente, somos um conhecimento de internautas. Foi um encontro curto de pouco mais de meia-hora, mas foi bem agradável. A Maria Manuela é uma pessoa afável e de fácil trato.
Ao jantar e acedendo a um convite dos pais da Paula que há séculos que ouviam falar em mim e queriam conhecer a prenda que eu sou, lá fomos eu, o Eduardo e a Paula ter com eles a um restaurante italiano bem elegante. O pai da Paula está com uns 84 anos vivíssimos e a mãe terá uns 10 anos menos mas também está muito bem pelo que o jantar decorreu de forma interessante e agradável.
No dia seguinte, mais corridinha está claro, a Paula mora para aí a 1 km da praia de Oeiras e é um prazer correr por um passeio largo que construíram ao longo da praia. Aliás não era eu o único maluco, havia muito mais gente de todos os sexos ( todos os sexos? há mais de 2? ) e de todas as idades, correndo, caminhando, passeando etc.
Depois da corridinha e do duche ( não nos esqueçamos do duche senão as pessoas no Brasil pensam que eu não me lavo ) fui almoçar com a Clara uma ex-colega da faculdade, a uma cervejaria perto do emprego dela na embaixada do Canadá. Depois do almoço mais uma visitinha à minha mae antes de me encontrar com o meu irmão, coisa que sempre acontece quando me desloco a Lisboa. Acabou agora o seu doutoramento e está a dar aulas numa universidade lisboeta , decididamente eu sou a ovelha ranhosa da família. Devido a motivos vários que nem por sombras vêm agora para o caso eu e o meu irmão temos uma boa relação mas um tanto ou quanto cerimoniosa. No entanto dá-me sempre prazer revê-lo e saber um pouco da sua vida. Afinal de contas e tirando a minha mãe é o meu parente mais próximo e daqui a 20 anos será certamente o único parente que me resta com vida, isto admitindo que eu daqui a 20 anos ainda por cá ando, perspectiva que não me agrada nada mas enfim, quem viver verá.
No dia seguinte mais corridinha e depois fui almoçar com a Paula e uns colegas do ministério da Educação onde ela trabalha. Tenho-me esquecido de contar mas conheço a Paula também há vários séculos atrás. Conhecíamo-nos de vista da faculdade, ela lembra-se que até falámos algumas vezes, eu não me lembro, mas o nosso contacto intensificou-se quando estivemos juntos embora em cidades diferentes na RDA ( República Democrática Alemã ) e depois do nosso regresso. Ao jantar encontrei-me com a Isabel Sousa amiga de há uns 30 anos pelo menos.
No dia seguinte ou seja sábado 28, como não tinha nada combinado para esse almoco e a convite e ideia dela, eu e a Paula fomos a um restaurante/cervejaria ali à beira-rio comer umas ameijoas e uma salada de polvo, não comia ambas as coisas há que tempos e estavam ambas divinais.
Ao jantar encontrei-me com a Gina, amiga também de há uns 30 anos atrás e com a filha adoptiva a Joyce. Eu gosto muito das duas. A Joyce tem agora uns 15 anos é muito doce e dá imenso prazer estar com elas.
No dia seguinte era o dia de aniversário da minha mãe e habitualmente reservado para um almoço com ela. Assim aconteceu, fomos a um local ali perto, mais um casal de jovens um pouco mais novos que a minha mãe, pessoas que têm sido muito amigas da minha mãe e nos acompanham tradicionalmente nestes almocos.
Depois de almoço ainda fui dar uma saltada a casa da Judite e do Filipe, petisquei por lá qualquer coisa e regressei cedinho a casa porque no dia seguinte me queria levantar cedo para iniciar a última etapa da minha viagem.
Disso vos contarei noutra altura

Viagem a Portugal - De 21 de Abril a 2 de Maio-2007 - 4a Parte

E pronto. Lá vamos para a quarta e última parte da narração da minha ida a Portugal.
Na segunda dia 30 saí de manhãzinha cedo com direcção ao Algarve no sul de Portugal, afim de visitar o meu amigo Victor e a esposa mais o filhote que ainda não conhecia. Antes porém, tinha combinado já daqui da Alemanha encontrar-me com o amigo David, companheiro de bloguices e engenhocas que eu não conhecia pessoalmente só daqui da net. Tínhamos combinado tudo, boa almoçarada, bom vinho etc mas...... dias antes telefonei-lhe para marcar com exactidão o ponto de encontro e a hora. Veio a espôsa ao telefone que me disse que o marido tinha partido um pé e estava no hospital de Faro. Pronto lá fui eu para Faro encontrar o amigo David. Preferia ( e estou certo que ele também ) não o ter conhecido no hospital, mas a vida não é um concerto de discos pedidos e nem sempre corre como nós desejamos. Ao fim de algum tempo despedi-me e fui então para Lagos também no sul de Portugal, onde me encontrei com o Victor.
Eu e o Victor somos amigos há 40 anos. Ele casou-se tarde e a más horas, só há 5 anos, mas está a recuperar o tempo perdido. Já tem um filho, o Tomás, gaiato com muita graça e a Gaby está à espera do segundo daqui a 3 meses. Eles são os dois caixas em duas agências bancárias diferentes mas a uns 50 metros no máximo afastadas uma da outra o que é muito prático, podem ir e vir juntos depois de terem ido buscar o Tomás ao jardim de infância etc.
O Victor morava até há pouco tempo numa autêntica casinha de bonecas dentro da parte histórica de Lagos, mas que se revelava exígua para 3 e então para 4 nem se fala, pelo que se resolveram a comprar uma bela vivenda com algum terreno nos arredores de Lagos. Como Lagos é muito pequeno, os arredores ficam a um ou dois kms do centro da cidade.
Entre outras qualidades o Victor é um excelente cozinheiro amador, a Gaby nem tem autorização para entrar na cozinha. Quando eu cheguei lá, ele já tinha feito o cardápio para as 3 refeições seguintes. Na segunda-feira nem vão acreditar, a refeição constou de uma moqueca de peixe, sim leram bem, mas não pensem que era uma aldrabice qualquer que se parecia vagamente com uma moqueca. Tinha peixe claro e camarões e todos os ingredientes necessários e até utilizava óleo de dendé. Para acompanhar o Victor fez um pirão de milho com todos os matadores.
À noitinha, conversámos, brincámos com o filho dele etc.
No outro dia eu fui dar a tradicional corridinha e depois da barba feita e do banho tomado fui tomar um pequeno-almoço frugal.
Ainda fomos tomar um café a uma praia ali perto para grande prazer do Tomás que como todas as crianças adora brincar com a areia.
O almoço constou de favas com arroz malandrinho. À tarde demos outra volta pela praia, mas começou a estar bastante ventoso e frio pelo que resolvemos regressar a casa. Além disso o Victor tinha entre outras coisas de acabar alguns preparativos para o jantar que foi borrêgo no forno e estava como tudo o resto uma delícia.
Fui-me deitar cedo porque no dia seguinte tinha de me levantar às 5:15, para poder entregar o carro no aeroporto de Faro.
E pronto, por aqui termina a narrativa das minhas férias. Gostei bastante de estar em Portugal como aliás vem acontecendo nos últimos anos, ao principio não gostava nada , ia lá quase com sacrifício, mas agora gosto bastante e até lá teria ficado sobretudo em Lisboa mais uns diazitos, para tentar entrar na cidade onde quase não fui, devido a isso tirei muito poucas fotos em Lisboa, todos os planos que eu tinha nesse sentido, queria visitar isto e aquilo, foi tudo por água abaixo. Paciência ficará para a próxima.