Notícias de Cabo Verde - 7
Meus amigos,
até há um ou dois mêses atrás nunca tinha ouvido falar em toda a minha vida numa coisa comestível chamada cracras. À conversa com uma amiga, ela contou-me que lá para os Açores se comia isso. Fiquei a aguardar uma ida aos ditos para mastigar o tal pitéu. Anteontem conversa-puxa-conversa com a dona de um restaurante ela disse-me que tinha cracas. Ora ia eu lá perder aquela oportunidade? Nem pensar!
Eu vou tentar explicar para quem não sabe o que são as supramencionadas. Assim à vista desarmada parecem um conglomerado do tamanho de um punho fechado, um bocado arrancado à rocha. Olhando com mais atenção e usando um instrumento apropriado, lá se consegue extrair um molusco ( penso que seja um molusco, os meus conhecimentos de fauna marinha nunca foram nada de especial ) com uma carne delicada. Dá um certo trabalho, mas vale a pena. Estava-me também a preparar para ferrar o dente nuns percebes mas a senhora já me disse que é pouco provável que venham até amanhã, paciência não se pode ter tudo.
Espero que todos ou quase tenham recebido as fotos que eu fui tendo a trabalheira de vos enviar, mas que vocês cambada de mal agradecidos nem comenta. Deixem estar, hão-de vir cá pedir batatinhas para a próxima.
Antes de chegar ao high-light, ao ponto alto do meu dia de hoje e também da minha estadia aqui queria chamar-vos a atenção que devido ao facto de eu me ir embora amanhã, vos resta muito pouco tempo para comentários, sugestões, dúvidas, críticas etc.
Sei que vocês esperam com alguma ansiedade o resultado da minha incursão pela tal discoteca, de que puderam com alguma atenção ver 3 fotografias.
Tinham-me falado em podridões e devassidões capazes de fazer Sodoma e Gomorra parecerem um jardim infantil e eu queria ver como era. Infelizmente foi um completo fiasco, estive a aguardar até à meia-noite para não ir para lá abrir a discoteca, para afinal de contas chegar lá e bater com o nariz na porta, as calamidades morais só têm lugar à terça e ao sábado pelo que ficaremos eu e vocês privados de conhecer mais intimamente semelhante local.
Juntamente com o meu bilhete de vôo, tinha recebido da agência um voucher que dava direito a tomar parte numa aula de aprendizagem de mergulho. Eu sempre tinha querido fazer uma coisa dessas e até já tinha pensado várias vezes, nomeadamente quando estive na Tailândia estive mêsmo vai-não-vai para tentar tirar o curso de mergulho, mas eu tenho um pequeno handicap pessoal, nado tão bem como uma mó de moinho, daí sempre me ter retraído.
Eu sabia que essas aulas de aprendizagem são dadas numa piscina por isso por aí não haveria azar. Os instruendos eram dois, eu e mais um outro melro, o instrutor um brasileiro.
O homem deu-se cuidado a explicar tudo com muita calma e detalhe, todos os procedimentos etc e depois disso lá fomos para a piscina. Tudo funcionou muito bem, eu estava à espera de me engasgar, de começar a tossir, sei lá, de mil desgraças, mas não, lá andámos eu e outro a chafurdar e confesso que estava dar imenso gozo. Chegada ao fim a sessão o rapaz perguntou-me se nós queríamos ir para o mar. Eu fiquei banzado, mêsmo para o mar? Sim, não era preciso saber nadar, bastava ficar tranquilo e o instrutor guiava-me.
E assim foi, chegámos à água, mergulhámos e ele lá me foi guiando, eu não tinha de fazer rigorosamente nada para além de respirar e abrir os olhos para ver toda aquela variedade de peixes que ia passando à minha frente. Tudo aquilo que eu até agora tinha visto no cinema e na televisão estava agora a acontecer diante dos meus olhos. Uma experiência inolvidável e que me aguçou o dente para mais. Apesar da minha idade já avançada, acho que ainda me vou atirar à empresa de tirar pelo menos o curso básico.
E pronto por hoje é tudo, amanhã tenho um conjunto de reflexões sobre Cabo Verde para partilhar convosco que talvez achem interessante, eu pelo menos nunca tinha pensado nisso por essa perspectiva antes de vir cá, veremos como saem e o que vocês acham.
E agora vou tratar do jantar,
Abraços
Henrique
até há um ou dois mêses atrás nunca tinha ouvido falar em toda a minha vida numa coisa comestível chamada cracras. À conversa com uma amiga, ela contou-me que lá para os Açores se comia isso. Fiquei a aguardar uma ida aos ditos para mastigar o tal pitéu. Anteontem conversa-puxa-conversa com a dona de um restaurante ela disse-me que tinha cracas. Ora ia eu lá perder aquela oportunidade? Nem pensar!
Eu vou tentar explicar para quem não sabe o que são as supramencionadas. Assim à vista desarmada parecem um conglomerado do tamanho de um punho fechado, um bocado arrancado à rocha. Olhando com mais atenção e usando um instrumento apropriado, lá se consegue extrair um molusco ( penso que seja um molusco, os meus conhecimentos de fauna marinha nunca foram nada de especial ) com uma carne delicada. Dá um certo trabalho, mas vale a pena. Estava-me também a preparar para ferrar o dente nuns percebes mas a senhora já me disse que é pouco provável que venham até amanhã, paciência não se pode ter tudo.
Espero que todos ou quase tenham recebido as fotos que eu fui tendo a trabalheira de vos enviar, mas que vocês cambada de mal agradecidos nem comenta. Deixem estar, hão-de vir cá pedir batatinhas para a próxima.
Antes de chegar ao high-light, ao ponto alto do meu dia de hoje e também da minha estadia aqui queria chamar-vos a atenção que devido ao facto de eu me ir embora amanhã, vos resta muito pouco tempo para comentários, sugestões, dúvidas, críticas etc.
Sei que vocês esperam com alguma ansiedade o resultado da minha incursão pela tal discoteca, de que puderam com alguma atenção ver 3 fotografias.
Tinham-me falado em podridões e devassidões capazes de fazer Sodoma e Gomorra parecerem um jardim infantil e eu queria ver como era. Infelizmente foi um completo fiasco, estive a aguardar até à meia-noite para não ir para lá abrir a discoteca, para afinal de contas chegar lá e bater com o nariz na porta, as calamidades morais só têm lugar à terça e ao sábado pelo que ficaremos eu e vocês privados de conhecer mais intimamente semelhante local.
Juntamente com o meu bilhete de vôo, tinha recebido da agência um voucher que dava direito a tomar parte numa aula de aprendizagem de mergulho. Eu sempre tinha querido fazer uma coisa dessas e até já tinha pensado várias vezes, nomeadamente quando estive na Tailândia estive mêsmo vai-não-vai para tentar tirar o curso de mergulho, mas eu tenho um pequeno handicap pessoal, nado tão bem como uma mó de moinho, daí sempre me ter retraído.
Eu sabia que essas aulas de aprendizagem são dadas numa piscina por isso por aí não haveria azar. Os instruendos eram dois, eu e mais um outro melro, o instrutor um brasileiro.
O homem deu-se cuidado a explicar tudo com muita calma e detalhe, todos os procedimentos etc e depois disso lá fomos para a piscina. Tudo funcionou muito bem, eu estava à espera de me engasgar, de começar a tossir, sei lá, de mil desgraças, mas não, lá andámos eu e outro a chafurdar e confesso que estava dar imenso gozo. Chegada ao fim a sessão o rapaz perguntou-me se nós queríamos ir para o mar. Eu fiquei banzado, mêsmo para o mar? Sim, não era preciso saber nadar, bastava ficar tranquilo e o instrutor guiava-me.
E assim foi, chegámos à água, mergulhámos e ele lá me foi guiando, eu não tinha de fazer rigorosamente nada para além de respirar e abrir os olhos para ver toda aquela variedade de peixes que ia passando à minha frente. Tudo aquilo que eu até agora tinha visto no cinema e na televisão estava agora a acontecer diante dos meus olhos. Uma experiência inolvidável e que me aguçou o dente para mais. Apesar da minha idade já avançada, acho que ainda me vou atirar à empresa de tirar pelo menos o curso básico.
E pronto por hoje é tudo, amanhã tenho um conjunto de reflexões sobre Cabo Verde para partilhar convosco que talvez achem interessante, eu pelo menos nunca tinha pensado nisso por essa perspectiva antes de vir cá, veremos como saem e o que vocês acham.
E agora vou tratar do jantar,
Abraços
Henrique

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