Telegramas indianos -16

Sábado, 27 de março de 2004

Meus caros amigos,

hoje de manha saímos eu o condutor de Jaipur para Udaipur. Coisa de 350 km para serem feitos no máximo em 4 horas se as estradas fossem decentes, se as vacas nao se lembrassem de vir passear para o meio da estrada, se as cabras idem, se os condutores indianos conduzissem normalmente, se as estradas não estivessem atulhadas de camiões etc, etc.
Resumindo, levámos 7 horas e meia
O terreno porque vamos passando se até aqui era árido e seco, agora com o irmos mais para o sul e oeste, torna-se mais semi-desértico, não dá para plantar nada. Nota-se que deve haver muitas pedreiras aqui, de vez em quando há um ou dois kms com firmas de um lado e doutro da estrada, umas a seguir ás outras a vender mármore.
Udaipur é conhecida sobretudo por duas razões, embora estejamos quase no deserto tem um lago enorme no meio da cidade, no meio desse lago tem uma ilha. Nessa ilha há um ex-palácio que cobre toda a ilha e está de há uns anos para cá transformado num hotel de grande luxo.
O segundo motivo é que Hollywood já andou por aqui duas vezes, uma para filmar "O principe de Aschnapur", não sei se é o nome em português, estou a traduzir do alemão e um outro filme muito mais conhecido, para os apreciadores de James Bond talvez estejam lembrados de "Octopussy"? Bom, esse filme foi rodado em grande parte aqui em Udaipur, os indianos estão ao que parece muito orgulhosos disso e transmitem o filme todos os dias nos terraços de alguns restaurantes. Foi isso que eu estive a fazer hoje enquanto jantava. Além disso como esses restaurantes ficam situados bastante alto, disfruta-se uma vista maravilhosa sobre a cidade com o tal hotel/ ilha iluminado etc.Estou a gostar muito de Udaipur, esta parte velha tem ruazinhas muito estreitas, felizmente, o que impossibilita o trânsito caótico de tomar conta delas, pelo que a cidade se torna até bastante romântica, vou ver se consigo enviar-vos uma ou outra foto.
Isto são só as minhas primeiras impressões, amanhã vos contarei mais coisas.

Abraços

Henrique