Histórias do reino do Siao - 26
Já devia ter escrito há mais tempo, mas também não admira, eu escrevo tão pouco e sou tão sucinto que se me escapam algumas coisas.
Quem se der ao trabalho de olhar para o mapa da Tailândia ( e agora com estas novas tecnologias é a coisa mais fácil deste mundo, em 3 minutos vai-se ao Google e pronto! ) vai verificar que com um pouco de imaginação a silhueta do mapa se assemelha a um elefante com a sua tromba ( sua dele do proboscídeo, não estamos aqui para ofender ninguém ) as ilhas que como Ko Lanta estão do lado esquerdo da tromba, foram as atingidas pelo tsunami de 2004 e as outras como esta de Ko Phangan que fica do lado direito não sofreram nada evidentemente.
A ilha de Ko Phangan tem cerca de 168 km2 ( imaginem um quadrado de 13 km de lado mais ou menos ), para além da industria turística que é a maior da ilha, esta ilha assim como a vizinha de Ko Samui que é um pouco maior e até já tem um aeroporto e tudo, produzem em conjunto 1 milhão de côcos por mês.
Falando em côcos, eu deixo aqui sem comentários que na Tailândia todos os anos morrem mais de 100 pessoas porque lhes caiu um côco na cabeça.
O site do resort onde eu estou é o seguinte: http://www.coralhaadrin.com/ , merece a pena dar uma olhada, está muito completo, tem montes de fotos e é muito informativo, exige claro, umas luzes de inglês.
Quanto à Black Moon Party, ( Festa da Lua Negra ou Festa da Lua Nova ) cerca das 23:00 comecou o "warm up", o aquecimento aqui no resort, onde funciona o restaurante foi transformado em discoteca, ao som de música techno, música tanto do agrado da minha geração, (eu lembro-me da minha mãe me embalar ao som de música techno, está-me portanto, por assim dizer na massa do sangue ) os súbditos de Sua Majestade britânica que constituem a maior parte da clientela do resort, comecaram a ingerir cervejola atrás de cervejola, mais uns baldinhos ( buckets ) cheios de whisky com coca cola ou wodka com coca cola ou whisky com Red Bull ou outras variações similares.
Eu tinha bebido uma cerveja ao jantar e por aí me fiquei, resolvi-me a não tocar em mais uma gota de alcool para poder assistir ao espectáculo com a cabeça clara.
As meninas usavam quase todas umas coisas que se fossem três vezes mais compridas teriam o nome de saia e os meninos com ar de simpatizantes do Chelsea ou Arsenal ou Manchester United portavam-se como é costume os ingleses comportarem-se em situacoes semelhantes, diga-se no entanto que sem a menor sombra de violência e que o pessoal estava todo bem disposto, tirando um pateta de 51 anos e cabelo já quase todo branco que estava ali a fazer tanta falta como um elefante numa loja de porcelana da China e que sentadinho a um canto tentava disfarçar que estava a sentir-se muito deslocado.
O pessoal todo ( todo não, como nos livros do Astérix, havia um resistente! ) estava muito divertido e quando cerca da uma e meia da manhã começou a debandada para a tal praia, já estavam todos semi-embriagados.
Como tudo na Tailândia é bastante bem organizado e a tal praia era a uns 5 ou 6 Km da nossa, já estavam à nossa espera à saida do resort umas minivans que rápidamente nos transportaram até lá.
A festa era mesmo na praia, e deve ter tido no seu auge umas 3.000 pessoas vindas de toda a ilha. Sempre ao som daquela musicata maravilhosa que eu ouço sempre todos os dias antes de adormecer para me ajudar a relaxar, o pessoal lá ia dançando aquela dança de S. Vito, eu refiro-me àqueles que ainda se aguentavam de pé, vi por lá alguns meninos e meninas tailandêses e estrangeiros a fazerem umas figuras parecidas com as que eu ás vezes fiz quando tinha a idade deles, quem estiver livre de pecado que amande a primeira calhauzada ( Novo Testamento, livro de Mateus, verso 47 ), para além disso havia alguns cujo estado semi-comatoso só lhes permitia dormir espojados no chão, impávidos e serenos ao som daquela música estridente, mas no estado em que eles e elas estavam não teriam nem ouvido uma peça de canhão a estourar-lhes perto dos ouvidos.
Para além do alcool de vez em quando chegavam-me ao nariz o cheiro de outras coisas fumáveis que eu garanto que não era cigarro, nem charuto, nem cachimbo, bolas, vocês já perceberam não foi?
Eu ia passeando pela praia, vendo um grupito aqui, um bêbado acolá, tudo sempre na maior paz diga-se em abono da verdade e quando chegaram as 5 da manhã disse cá para comigo: sim senhor, foi muito bonito este bocadinho mas agora já chega.
Pus-me andar em direcção à saída e fui logo interpelado por um taxista/condutor de motorizada ( essa profissão existe aqui em toda a Tailândia ) que me queria levar de volta para o hotel por 200 baths, eu mandei-o vender chuchas para a porta da maternidade que é ao que parece um óptimo negócio e disse-lhe que pagava 100 e era porque estava bem disposto, ele ao principio não estava pelos ajustes, mas como viu que eu estava determinado a esperar por mais gente para vir numa carrinha e que isso me iria custar mais barato, lá acabou por concordar.
Estranhamente dormi umas duas horas e não estou ensonado, se não tivesse a absoluta certeza de que não tinha ingerido nada durante toda a noite diria que tinha tomado qualquer substância excitante, talvez quebre daqui a pouco, ainda não são 17:00 sequer.
Dei uma vista de olhos apressada pelo que acabei de escrever e até saiu engraçadinho, acho que devia ir mais vezes a festarolas destas, faz-me bem ao humor.
Então e porque o mailzito está tão curtinho vou terminar, não os quero maçar muito.
Henrique
Quem se der ao trabalho de olhar para o mapa da Tailândia ( e agora com estas novas tecnologias é a coisa mais fácil deste mundo, em 3 minutos vai-se ao Google e pronto! ) vai verificar que com um pouco de imaginação a silhueta do mapa se assemelha a um elefante com a sua tromba ( sua dele do proboscídeo, não estamos aqui para ofender ninguém ) as ilhas que como Ko Lanta estão do lado esquerdo da tromba, foram as atingidas pelo tsunami de 2004 e as outras como esta de Ko Phangan que fica do lado direito não sofreram nada evidentemente.
A ilha de Ko Phangan tem cerca de 168 km2 ( imaginem um quadrado de 13 km de lado mais ou menos ), para além da industria turística que é a maior da ilha, esta ilha assim como a vizinha de Ko Samui que é um pouco maior e até já tem um aeroporto e tudo, produzem em conjunto 1 milhão de côcos por mês.
Falando em côcos, eu deixo aqui sem comentários que na Tailândia todos os anos morrem mais de 100 pessoas porque lhes caiu um côco na cabeça.
O site do resort onde eu estou é o seguinte: http://www.coralhaadrin.com/ , merece a pena dar uma olhada, está muito completo, tem montes de fotos e é muito informativo, exige claro, umas luzes de inglês.
Quanto à Black Moon Party, ( Festa da Lua Negra ou Festa da Lua Nova ) cerca das 23:00 comecou o "warm up", o aquecimento aqui no resort, onde funciona o restaurante foi transformado em discoteca, ao som de música techno, música tanto do agrado da minha geração, (eu lembro-me da minha mãe me embalar ao som de música techno, está-me portanto, por assim dizer na massa do sangue ) os súbditos de Sua Majestade britânica que constituem a maior parte da clientela do resort, comecaram a ingerir cervejola atrás de cervejola, mais uns baldinhos ( buckets ) cheios de whisky com coca cola ou wodka com coca cola ou whisky com Red Bull ou outras variações similares.
Eu tinha bebido uma cerveja ao jantar e por aí me fiquei, resolvi-me a não tocar em mais uma gota de alcool para poder assistir ao espectáculo com a cabeça clara.
As meninas usavam quase todas umas coisas que se fossem três vezes mais compridas teriam o nome de saia e os meninos com ar de simpatizantes do Chelsea ou Arsenal ou Manchester United portavam-se como é costume os ingleses comportarem-se em situacoes semelhantes, diga-se no entanto que sem a menor sombra de violência e que o pessoal estava todo bem disposto, tirando um pateta de 51 anos e cabelo já quase todo branco que estava ali a fazer tanta falta como um elefante numa loja de porcelana da China e que sentadinho a um canto tentava disfarçar que estava a sentir-se muito deslocado.
O pessoal todo ( todo não, como nos livros do Astérix, havia um resistente! ) estava muito divertido e quando cerca da uma e meia da manhã começou a debandada para a tal praia, já estavam todos semi-embriagados.
Como tudo na Tailândia é bastante bem organizado e a tal praia era a uns 5 ou 6 Km da nossa, já estavam à nossa espera à saida do resort umas minivans que rápidamente nos transportaram até lá.
A festa era mesmo na praia, e deve ter tido no seu auge umas 3.000 pessoas vindas de toda a ilha. Sempre ao som daquela musicata maravilhosa que eu ouço sempre todos os dias antes de adormecer para me ajudar a relaxar, o pessoal lá ia dançando aquela dança de S. Vito, eu refiro-me àqueles que ainda se aguentavam de pé, vi por lá alguns meninos e meninas tailandêses e estrangeiros a fazerem umas figuras parecidas com as que eu ás vezes fiz quando tinha a idade deles, quem estiver livre de pecado que amande a primeira calhauzada ( Novo Testamento, livro de Mateus, verso 47 ), para além disso havia alguns cujo estado semi-comatoso só lhes permitia dormir espojados no chão, impávidos e serenos ao som daquela música estridente, mas no estado em que eles e elas estavam não teriam nem ouvido uma peça de canhão a estourar-lhes perto dos ouvidos.
Para além do alcool de vez em quando chegavam-me ao nariz o cheiro de outras coisas fumáveis que eu garanto que não era cigarro, nem charuto, nem cachimbo, bolas, vocês já perceberam não foi?
Eu ia passeando pela praia, vendo um grupito aqui, um bêbado acolá, tudo sempre na maior paz diga-se em abono da verdade e quando chegaram as 5 da manhã disse cá para comigo: sim senhor, foi muito bonito este bocadinho mas agora já chega.
Pus-me andar em direcção à saída e fui logo interpelado por um taxista/condutor de motorizada ( essa profissão existe aqui em toda a Tailândia ) que me queria levar de volta para o hotel por 200 baths, eu mandei-o vender chuchas para a porta da maternidade que é ao que parece um óptimo negócio e disse-lhe que pagava 100 e era porque estava bem disposto, ele ao principio não estava pelos ajustes, mas como viu que eu estava determinado a esperar por mais gente para vir numa carrinha e que isso me iria custar mais barato, lá acabou por concordar.
Estranhamente dormi umas duas horas e não estou ensonado, se não tivesse a absoluta certeza de que não tinha ingerido nada durante toda a noite diria que tinha tomado qualquer substância excitante, talvez quebre daqui a pouco, ainda não são 17:00 sequer.
Dei uma vista de olhos apressada pelo que acabei de escrever e até saiu engraçadinho, acho que devia ir mais vezes a festarolas destas, faz-me bem ao humor.
Então e porque o mailzito está tão curtinho vou terminar, não os quero maçar muito.
Henrique


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