Tuesday, October 10, 2006

A SEGUNDA DESCOBERTA DO BRASIL - 20 ( CONCLUSAO )

Meus caros leitores ( as )

PAREM. PAREM COM TUDO O QUE ESTÃO A FAZER, NEM SEQUER LEIAM ESTE MAIL ATÉ AO FIM, NÃO VÃO ACHAR GRAÇA NENHUMA, NEM TEM GRANDE INTERESSE.
Desculpem as maiúsculas e o tom imperativo mas é o que se aplica nestas ocasiões. Levantem já, mas já mesmo os vossos rabiosques fôfos e dirigam-se à agência de viagens mais próxima para comprarem um bilhete de avião para o Brasil. Para onde? É igual, não tem a mínima importância, é tudo muito bom.
O quê? Vocês ainda aí estão sentados a ler este mail chato em vez de seguirem o meu conselho bem intencionado? Pronto, então eu vou continuar, mas depois não digam que eu não vos avisei.
Claro que vocês são uns infelizes porque não têm a sorte de conhecer a Janete e o Nivaldo, a minha benção para vocês e continuando ao jeito de Vinicius de Moraes, a minha benção também para a Vivi e para o Moacir, não me queria aqui esquecer da Delminha, do Marcos, da Silvinha, da Débora e até mesmo para ti Bruno que o acaso não permitiu que nos conhecêssemos pessoalmente, a minha benção para todos vocês, saravá! E para terminar a minha benção para o condutor do autocarro, para empregada da pousada, para a senhora na rua que ajudou a encontrar o que eu procurava, enfim, para todo o povo anónimo do Brasil que ajudou com a sua hospitalidade, charme, simpatia etc a transformar esta viagem em algo inesquecível saravá! Mas apesar disso, apesar de não conhecerem essas pessoas podem vir tranquilamente ao Brasil, tenho a certeza que serão recebidos de braços abertos e que farão aqui novos amigos.
Na viagem de regresso a TAM deu-me um presentinho óptimo e inesperado. Quero eu dizer que fui promovido da classe proletária onde normalmente viajo ( e julgo que vocês também) para a classe burguesa dos lugares lá da frente. Eu só vos digo meninos, um luxo. Em vez de irmos todos apertadinhos como sardinhas numa lata de conserva, cada um tinha um cadeirão enorme muito confortável e que era completamente reclinável a 180 graus, mais um apoio para os pés, dava uma cama quase perfeita. Antes de jantar deram-me um cardápio com 3 opções, para além de poder escolher entre diversos brancos e tintos de boa proveniência. Antes da refeição ofereceram champanhe ( eu disse champanhe e não aquele espumante que eu de vez em quando compro no supermercado !!!) .
E depois a refeição em si, servida em loiça e com talheres de metal com guardanapos de pano, em vez daquelas tigelinhas em plástico ou em folha de alumínio como eu estou habituado, copos de vidro, enfim ser rico não é condição necessária e suficiente para se ser feliz ( veja-se por exemplo o meu caso que sou um pobretanas e a pessoa mais feliz do mundo ) mas ajuda um bocadinho, francamente não me importava nada de trocar por uns tempos, (digamos assim pelos próximos 40 anos, só para experimentar ) esta minha condição de pobretanas profissional pela de ricaço amador.
Depois de jantar reclinei-me quase na horizontal e dormi uma soneca de umas 3 horas. Quando acordei, estive primeiro a pensar na sorte que eu tenho e no que fiz para merecer isso e depois fui ouvir o novo CD da Maria Rita ( a filha da Elis Regina, o Nivaldo tinha-me chamado a atenção para ela e já que o CD fazia parte das opções musicais a bordo não quiz perder a oportunidade. Muio boa a menina de facto ( estou-me a referir às suas qualidades como cantora ), depois ouvi um pouco de musica clássica e finalmente vi um dos vários filmes que eles ofereciam.
Durante esta minha viagem algumas pessoas estranharão que sendo eu um chato e que critica tudo e todos não ter falado daquilo que muita gente fala quando fala do Brasil, ( para além de futebol, samba e mulatas etc ) ou seja não falei de pobrezinhos, de favelas e de criminalidade. É verdade, não falei e foi intencionalmente. Não é que eu queira fechar os olhos a isso, mas é um tema tão vasto, tem tanto sobre que se lhe diga que eu não quis abusar da vossa paciência mais do que o necessário ( e de certeza que algumas vezes o fiz !).
Na minha cabeca circulam palavras estranhas e misteriosas, Ibirapuera, Ipiranga, Acarajé, Vatapá, Pituaçu e muitas, muitas outras.
Foi uma viagem longa que me fez percorrer 7 aeroportos diferentes ( alguns deles como Guarulhos, Paris ou Hamburgo repetidos ) 8 descolagens e aterragens.
Quanto ao meu peso e para minha felicidade, apesar dos vários e maravilhosos exageros gastronómicos ( aquela lasagna, aquela feijoada, aquela picanha, aquela peixada, aquele rodízio no Rio etc) não aumentou muito, saí de Hamburgo com 65,3 Kgs e ontem à noite a primeira coisa que fiz foi pesar-me e a balançaa só acusou 67,1 Kgs o que ainda faz de mim um pêssego capaz de ser requestado por estas alemãs todas, mas eu não lhes ligo.
Para terminar, tentei ser e algumas vezes acho que consegui a avaliar por algumas reações que recebi : polémico, interessante, enervante, divertido, massacrante, informativo, irritante etc.
Para o ano se houver dinheiro há mais viagens e mais coisas deste género, até lá despeço-me de todos os que tiveram a enorme paciência para lerem todos os meus dislates com um grande abraço


Henrique

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