Telegramas indianos -14

O meu tigre
Quinta-feira, 25 de março de 2004
Olá meus amigos,
o segundo " safari" correu muito mal ( para os outros, eu como já tinha o meu tigrezinho na algibeira , salvo-seja, não me ralei nada) houve poucos bichos para ver e do tigre nem a sombra.
Houve quem me pedisse uma foto minha ao lado do tigre para confirmar se era verdade, eu tive também essa ideia e perguntei-lhe mas ele disse que não, que nao queria ser fotografado ao lado de um tipo tão feio. Imagine-se uma coisa destas, ser insultado por um gato ás riscas.
À noite havia um jogo de críquete muito importante entre a India e o Paquistão, para além das rivalidades desportivas há tambem as rivalidades políticas, eles não se gramam nem cobertos de chocolate e já tiveram várias escaramuças que iam dando em guerra, o jogo decorreu em 5 dias nos dois primeiros ganhou a India e nos dois últimos ganhou o Paquistão, quem ganhasse no último dia ganhava tudo, o ambiente era de final do campeonato ( copa ) do mundo em futebol. Em todo o lado em que havia uma TV havia um montão de indianos comentando interessadíssimos e aplaudindo de cada vez que a sua equipa fazia uma boa jogada.
Eu fui jantar e encontrei lá um francês com quem tive uma boa conversa e depois fui-me deitar.
A India ganhou, houve foguetes e tudo.
Hoje de manhã o meu condutor lá me trouxe aqui até Jaipur, a cidade côr de rosa. A cidade que é a capital do Rajasthan tem dois milhões de habitantes e uma parte fortificada a toda a volta. Por ocasião da visita do então principe de Gales e mais tarde rei Eduardo VII ( sétimo ) de Inglaterra, o marajá local mandou pintar essa parte da cidade que fica dentro da fortaleza toda de um vermelho-ocre e a tradição mantem-se até hoje. Tenho andado por aqui a passear, está um calor de suar as estopinhas.
Esqueci-me de dizer que a paisagem aqui do Rajasthan é plana, seca e árida, nota-se que nos estamos a aproximar do deserto, plantam-se algumas coisas que se dão neste clima como por exemplo o trigo, no entanto ainda não vi uma única debulhadora ou isso, é tudo ceifado à mão e muitas vezes transportado depois à cabeça de mulheres, ou nuns atrelados puxados por um tractor.
O meu hotel agrada-me bastante embora fique um bocado longe do centro mas para que é que eu tenho um condutor?
Esqueci-me de perguntar no hotel se eles têm Internet e como estou agora no centro deverá ser dificil entrar outra vez hoje.
Vão ficar cheios de inveja quando virem uma foto do "meu" tigre.
Um abração
Henrique


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