Tuesday, October 10, 2006

A SEGUNDA DESCOBERTA DO BRASIL - 12

Tenho um montão de coisas para contar, por isso se estão sem paciência apaguem ou voltem outro dia com mais calma.
Comecemos pela cultura.
Foi aqui na Bahia que o Pedro Álvares Cabral ( por acaso nascido em Belmonte que fica no interior, como é que lhe deu na bôlha tornar-se navegador? Será que ele andava no fundo de desemprêgo e lhe arranjaram esse emprêgo e ele para não perder o subsídio aceitou?) avistou pela primeira vez terra.
Salvador cresceu rápidamente a ponto de em meados do século XVIII ( para os que me lêem e não sabem ler numeração romana é 18 ) ser o maior centro urbano não só do vice-reino do Brasil mas de toda a América do Sul.
Fundada em 1549 a cidade está também ligada a uma das sequelas mais tristes e sinistras do colonialismo. Salvador foi o maior e mais importante porto de chegada de escravos vindos de África o que explica que hoje cerca de 70% dos seus habitantes sejam afro-americanos.
Pronto, por agora não há mais cultura e para desanuviar o ambiente vou até contar uma gracinha. As seleções de Portugal e do Brasil jogam uma contra a outra. A certa altura vai ser marcado um livre contra Portugal. O marcador pelo Brasil é o Roberto Carlos. Os portuguêses formam barreira, mas de costas para o marcador. O treinador grita-lhes: voltem-se de frente, vocês estão loucos?
E um dos portugueses lá da barreira responde: Então e eu vou perder este golaço do Roberto Carlos?
Pronto, agora que já pararam de rir, vou continuar.
Entre o mail desta manhã e este de agora medeiam um acarajé, um rissol, uma cochinha de frango que em vez de ter frango tinha um queijo com um nome impronunciável para uma goela portuguesa e vários côcos gelados. Estava-me agora a apetecer começar a mandar vir com aqueles horrores, com aquelas monstruosidades alimentares a que lá em Portugal nós chamamos rissóis mas como estou de boa disposição vou-me conter.
Para ir da parte baixa da cidade para a parte alta há várias maneiras, mas a mais típica delas é ir até ao Mercado Modelo que é um gigantesco bazar de artesanato, onde se pode tranquilamente passear sem ser importunado por chatos a quererem impingir-te qualquer coisa . Além disso assisti durante alguns minutos a uma sessão de capoeira, eu já tinha visto capoeira antes, ao vivo e na TV, mas ao vivo na Bahia é outra loiça, não é possível recriar aquele ambiente, aquela sonoridade, numa sala em Hamburgo como eu vi há anos atrás.
Mesmo em frente do Mercado Modelo fica uma notável peça de engenharia chamada "Elevador Lacerda" para saberem mais consultem o Google que foi o que eu fiz, também não abusem.
Lá em cima na zona histórica do Pelourinho que ainda há poucos anos atrás estava completamente degradada e acolhia a maior miséria humana e moral ( leiam Suor de Jorge Amado por exemplo ) e agora, com apoios conjuntos do Governo brasileiro e de diveresas entidades internacionais está completamente renovado, pintado cheio de lojas de artistas etc. Está muito interessante, merece a visita, quero dizer, não merece, é um sítio de visita obrigatória. Lá no Pelourinho, fica entre outras, muitas outras, a Igreja de S. Francisco que foi construída entre 1708 e 1750 e que está cheia de barrôco a abarrotar, eu já vi muito barrôco, mas como aquilo confesso que nunca vi. Além disso fica também a casa-museu do meu querido Jorge Amado, claro que não podia deixar de visitar.
Na volta e felizmente para a minha pele delicada, vim de autocarro ( omnibus ).
Para além disso apanhei um susto enorme, quando olhei para o espelho do meu quarto vi um tipo de cara vermelhusca capaz de fazer concorrência a qualquer apache ou sioux. A minha carinha de alabastro tinha quase apanhado um escaldão. Amanhã não me posso esquecer de pôr o protector que trouxe.
Agora são 17:10 e vou pensar no que fazer com o resto do dia. Com um bocadinho de sorte ( ou de azar conforme as perspectivas ) ainda tornam a receber notícias minhas. É verdade, antes que me esqueça, se quiserem dar uma vista de olhos no site da simpática pousada onde eu estou, eu digo-vos:
http://www.ambarpousada.com.br/
Eles não me pagam para eu fazer publicidade deles, mas eu sou bonzinho e faço porque eles merecem.
Além disso e para quem estiver com paciência há tambem um excelente site em inglês ( feito por um norte-americano que aqui vive penso eu ) e que é o:
http://www.bahia-online.net/
Amanhã tenho mais um bocadinho de cultura para vocês ou até se calhar ainda hoje.
Até lá, por agora acabou-se

Henrique

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